Que encontres teu caminho, como o vento soprando te por trás.

Que encontres teu caminho. Como o vento soprando te por trás.

“Que encontres teu caminho,
como o vento soprando te por trás.
Que o sol ilumine a tua face.
Que a chuva regue os teus campos,
e que até revermos-nos Deus te mantenha no aconchego de tuas mãos”

ANTIGA BÊNÇÃO CELTA

“Que o caminho venha ao teu encontro, que o vento sopre em tuas costas e a chuva caia suave sobre teus campos e, até que nos voltemos a encontrar, que Deus te sustente suavemente na palma de sua mão.

Que vivas todo o tempo que te for dado e que sempre o possas viver plenamente.

– Lembre-se sempre de esquecer as coisas que te entristeceram. Porém, nunca esqueças de lembrar daqueles que te alegraram.

Lembre-se sempre de esquecer os amigos que se revelaram falsos, porém nunca esqueças de lembrar daqueles que te permaneceram fieis.

Lembre-se sempre de esquecer os problemas que já passaram, porém, nunca esqueças de lembrar as bênçãos de cada dia.

Que o dia mais triste do teu futuro, não seja pior que o dia mais feliz do teu passado.

Que o teto nunca caia sobre ti e que os amigos reunidos debaixo dele nunca partam.

Que sempre tenhas palavras cálidas em um anoitecer frio, uma lua cheia em noite escura e que o caminho sempre se abra à tua porta.

Que vivas cem anos, mas com um ano extra para arrepender-te.

Que o Senhor te guarde em tua mão, mas que não aperte muito os seus dedos…

Que os vizinhos te respeitem, os problemas te abandonem, os anjos te protejam, o céu te acolha e a sorte das colinas Celtas te abrace.

Que as bênçãos de S. Patrício te contemplem; que teus bolsos estejam pesados e o teu coração leve.

Que a boa sorte te persiga a cada dia e a cada noite; que tenhas muros contra o vento, um teto para a chuva, bebidas junto ao fogo, risadas que consolem aqueles que amas e que teu coração se preencha com tudo que desejas…

Que Deus esteja contigo e te abençoe, que vejas os filhos de teus filhos, que o infortúnio te seja leve e breve e que ele te deixe rico de bênçãos.

Que não conheças nada além da felicidade deste dia em diante, que Deus te conceda muitos anos de vida.

Pois com certeza Ele sabe que a terra não tem anjos suficientes. E assim seja a cada ano e que vivas para sempre.”

“Que encontres teu caminho,
como o vento soprando te por trás.
Que o sol ilumine a tua face.
Que a chuva regue os teus campos,
e que até revermos-nos Deus te mantenha no aconchego de tuas mãos”

“Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a musica seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica só se sente.
Que esse amor seja o teu acalento secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que a estrada se abra à sua frente.
Que o vento sopre levemente às suas costas.
Que o sol brilhe morno e suave em sua face.
Que respondas ao chamado do teu Dom e encontre a coragem para seguir-lhe o caminho.
Que a chama da raiva te liberte da falsidade.
Que o ardor do coração mantenha a tua presença flamejante e que a ansiedade jamais te ronde.
Que a tua dignidade exterior reflita uma dignidade interior da alma.
Que tenhas vagar para celebrar os milagres silenciosos que não buscam atenção.
Que sejas consolado na simetria secreta da tua alma.
Que sintas cada dia como uma dádiva sagrada tecida em torno do cerne do assombro.
Que a chuva caía de mansinho em seus campos…
E, até que nos encontremos de novo.
Que os Deuses lhe guardem na palma de Suas mãos.
Que despertes para o mistério de estar aqui e compreendas a silenciosa imensidão da tua presença.
Que tenhas alegria e paz no templo dos teus sentidos.
Que recebas grande encorajamento quando novas fronteiras acenam.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!”

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Janaina Medeiros JanainaArt Fairy Tale in Autumn

Os ciclos da natureza nos ensinam sobre nossos próprios ciclos internos.

Os ciclos da natureza nos ensinam sobre nossos próprios ciclos internos

Cada ciclo é um aprendizado, trocamos nossas folhas internas para florescermos.

Ao observar a mudança das estações podemos sintonizar nossos corações com o universo e aprender a olhar com equanimidade as situações adversas.

Sempre nos perguntando: O que podemos levar de aprendizado com essa situação?

Assim nossa existência vai fazendo sentindo e vibramos com ressonância nessa incrível maravilha que é VIVER.

Nossas emoções são como as estações da natureza, mudamos com as estações em todos os sentidos. Acredito nisso como algo muito divino!

A natureza nos conecta diariamente com o verdadeiro sentido da impermanência, tudo está em constante transformação!

Nosso corpo também sente essas mudanças e precisamos acolher e cuidar.

Quintal de Casa – Jardim da Infância Zen

CANÇÃO DE OUTONO

No entardecer da terra,
O sopro do longo outono
Amareleceu o chão.
Um vago vento erra,
Como um sonho mau num sono,
Na lívida solidão.

Soergue as folhas, e pousa
As folhas volve e revolve
Esvai-se ainda outra vez.
Mas a folha não repousa
E o vento lívido volve
E expira na lividez.

Eu já não sou quem era;
O que eu sonhei, morri-o;
E mesmo o que hoje sou
Amanhã direi: quem dera
Volver a sê-lo! mais frio.
O vento vago voltou.

                  Fernando Pessoa

Poema de 1910. publicado em 1922 no Semanário “Ilustração Portuguesa” nº 833

Ilustração: Janaina Medeiros | JanainaArt | Fairy Tale in Autumn | The princess and her golden ball. Illustration inspired by the “The Princess and the Frog” tale

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Antígona Jornada do Herói de Joseph Campbell

Jornada do Herói de Joseph Campbell

Você gostaria de entender o porque eu acredito em conto de fadas?

Todas as vezes que eu escrevo publicamente que acredito em conto de fadas recebo inúmeros directs de pessoas curiosas ou ainda algumas que se decepcionam com esse olhar aparentemente infantil e/ou ingênuo.

Então, hoje resolvi escrever para inspirar aqueles que estão de coração abertos a novos olhares. Todos os dias vivemos uma Jornada, nossas escolhas, desafios e relacionamentos estão pautadas por um objetivo e a maneira como traçamos para chegar nesta meta é o que é Jornada do Herói.

A Jornada do Herói possui estágios e Campbell destaca 12 como principais, sendo:
💎Mundo Comum: O mundo normal do herói antes da história começar.
💎O Chamado da Aventura: Um problema se apresenta ao herói, um desafio/aventura.
💎Reticência do Herói ou Recusa do Chamado: O herói recusa ou demora a aceitar o desafio/aventura, geralmente porque tem medo.
💎Encontro com o mentor ou Ajuda Sobrenatural: O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado e o informa e treina para sua aventura.
💎Cruzamento do Primeiro Portal: O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico.
💎Provações, aliados e inimigos: O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial.
💎Aproximação: O herói tem êxitos durante as provações.
💎Provação difícil ou traumática: A maior crise da aventura, de vida ou morte.
💎Recompensa: O herói enfrentou a morte, se sobrepõe ao seu medo e agora ganha uma recompensa (o elixir).
💎O Caminho de Volta: O herói deve voltar para o mundo comum
💎Ressurreição do Herói: Outro teste no qual o herói enfrenta a morte, e deve usar tudo que foi aprendido.
💎Regresso com o Elixir: O herói volta para casa com o “elixir”, e o usa para ajudar todos no mundo comum.
Estes estágios são nada mais que as fases de nossas vidas, tanto profissional quanto pessoal, e nos passa uma mensagem de persistência e foco, em meio à fantasia e aos desafios da vida.

O conceito da Jornada do Herói foi criado por Joseph Campbell, estudioso norte-americano de mitologia. Neste conceito Campbell cria um modelo de como seria o passo a passo do percurso de transformação do homem comum em herói, com todas as provações que surgem no meio do caminho.

A Jornada do Herói é muito utilizada em roteiros de cinema, seriados e, também em contos de fadas. Um exemplo claro são os roteiros de Guerra nas Estrelas de George Lucas, todos seguem os estágios da Jornada de Campbell.

A emoção que sentimos impreterivelmente faz parte da jornada do herói do nosso ser e será uma informação importante do modo que enxergamos o mundo.

Que eu nunca deixe de acreditar em contos de fadas e que eu nunca perca meu olhar de criança diante dos conflitos que me fazem acreditar que posso vencer os desafios em busca de um final feliz.

Como você tem olhado sua vida, os desafios e aprendizados?

Ilustração Artista: John William Godward 1861-1922

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Carta de Albert Einstein à sua filha

Carta de Albert Einstein à sua filha

“ … Existe uma força extremamente poderosa que a ciência, até agora, não encontrou uma explicação formal. É uma força que inclui e governa todas as outras forças, que está por trás de todo fenómeno que ocorre no Universo, e que ainda não foi identificada por nós.

Esta força universal é o AMOR.

Quando os cientistas buscavam uma teoria unificada do Universo eles se esqueceram da mais invisível (sutil) e poderosa de todas as forças.

Quando propus a teoria da relatividade, muito poucos me entenderam e o que vou agora revelar a você, para que transmita à humanidade, também chocará o mundo, com sua incompreensão e preconceitos.

Peço ainda que aguarde todo o tempo necessário – anos, décadas, até que a sociedade tenha avançado o suficiente para aceitar o que explicarei em seguida para você.

Há uma força extremamente poderosa para a qual a ciência até agora não

encontrou uma explicação formal. É uma força que inclui e governa todas as outras, existindo por trás de qualquer fenômeno que opere no universo e que ainda não foi identificado por nós.

Esta força universal é o AMOR.

Quando os cientistas estavam procurando uma teoria unificada do Universo esqueceram a mais invisível e poderosa de todas as forças.

O Amor é Luz, dado que ilumina aquele que dá e o que recebe.

O Amor é gravidade, porque faz com que as pessoas se sintam atraídas umas pelas outras.

O Amor é potência, pois multiplica (potencia) o melhor que temos, permitindo assim que a humanidade não se extinga em seu egoísmo cego.O Amor revela e desvela. 

Por amor, vivemos e morremos.

O Amor é Deus e Deus é Amor.

Esta força tudo explica e dá sentido à vida. Esta é a variável que temos

ignorado por muito tempo, talvez porque o amor provoca medo, sendo o único poder no universo que o homem ainda não aprendeu a dirigir a seu favor.

Para dar visibilidade ao amor, eu fiz uma substituição simples na minha

equação mais famosa. Se em vez de E = mc², aceitarmos que a energia para curar o mundo pode ser obtido através do amor multiplicado pela velocidade da luz ao quadrado (energia de cura = amor x velocidade da luz ²), chegaremos à conclusão de que o amor é a força mais poderosa que existe, porque não tem limites.

Após o fracasso da humanidade no uso e controle das outras forças do universo, que se voltaram contra nós, é urgente que nos alimentamos de outro tipo de energia. Se queremos que a nossa espécie sobreviva, se quisermos encontrar sentido na vida, se queremos salvar o mundo e todos os seres sensíveis que nele habitam, o amor é a única e a última resposta.

Talvez ainda não estejamos preparados para fabricar uma bomba de amor, uma criação suficientemente poderosa para destruir todo o ódio, egoísmo e ganância que assolam o planeta. No entanto, cada indivíduo carrega dentro de si um pequeno, mas poderoso gerador de amor, cuja energia aguarda para ser libertada.

Quando aprendemos a dar e receber esta energia universal, Liesrl querida, provaremos que o amor tudo vence, tudo transcende e tudo pode, porque o amor é a quintessência da vida.

Lamento profundamente não ter sido capaz de expressar mais cedo o que vai dentro do meu coração, que toda a minha vida tem batido silenciosamente por você. Talvez seja tarde demais para pedir desculpa, mas como o tempo é relativo, preciso dizer que te amo e que graças a você, obtive a última resposta.

Seu pai,

Albert Einstein

“… Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor… Lembre-se: se escolher o mundo, ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo.” Albert Einstein

*** Uma carta de autoria atribuída a Albert Einstein, para sua filha Lieserl, chamou a atenção do mundo. Embora não exista nenhuma comprovação da autenticidade desse material, disponibilizamos aqui o conteúdo apenas como forma de apresentar uma mensagem referente ao Amor.

**** Muito se tem discutido sobre a veracidade desta carta à sua filha, que mostra um lado mais emocional de Einstein. O argumento utilizado é “Einstein não escreveria isso” ou “Ele não falaria de amor”. Penso que o argumento apresentado trata-se de especulação, argumento com bases infundadas. Conforme o livro A fórmula do Amor de Alex Rovira e Francesc Mirrales, a carta foi confirmada por três grafólogos diferentes. Prefiro confiar neste fato do que especular. De qualquer forma, a carta endereçada a sua filha Lieserl possui um ensinamento de tão grande sabedoria que devemos absorver o máximo para nossa vida.

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



É Preciso Empurrar O Filho Para Fora Do Ninho

É Preciso Empurrar O Filho Para Fora Do Ninho

Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a protecção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora. Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.

Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira… Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo…

Existem muitos jeitos de voar. Até mesmo o voo dos filhos ocorre por etapas. O desmame, os primeiros passos, o primeiro dia na escola, a primeira dormida fora de casa, a primeira viagem…

Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Nem sempre percebemos que esses momentos tão singelos, são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.

Mas chega um momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo transforma.

É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem a urgência de conquistar o mundo longe de nós. É chegado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar à distância, comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor.

Muitas vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amarão mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos amados.

Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. Temos tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma âncora que impede-os de navegar nas ondas de seu próprio destino.

Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos por congelar o tempo que tudo transforma. Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural da vida. Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança.

Aprendo que o amor nada tem a ver com apego, segurança ou dependência, embora tantas vezes eu me confunda. Não adianta querer que seja diferente: o amor é alado.

Aprendo que a vida é feita de constantes mortes cotidianas, lambuzadas de sabor doce e amargo. Cada fim venta um começo. Cada ponto final abre espaço para uma nova frase.

Aprendo que tudo passa menos o movimento. É nele que podemos pousar nosso descanso e nossa fé, porque ele é eterno.

Aprendo que existe uma criança em mim que ao ver meus filhos crescidos, se assusta por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível.

Aprendo que é preciso ter coragem para voar e deixar voar. 

E não há estrada mais bela do que essa.

Rubem Alves

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. Os pensamentos chegam-me de um modo inesperado, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que, frequentemente, também Lichtenberg, William Blake e Nietzsche eram atacados por eles. Digo atacados porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Os aforismos são visões: fazem ver, sem explicar. Pois ontem, de repente, este aforismo atacou-me: Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controlo. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri, conversando com professores em escolas. O que eles contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E eles, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e os domadores com os seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres. Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que os fecha com os tigres. Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas? Vão falar-me da necessidade das escolas dizendo que os adolescentes precisam de ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: as nossas escolas estão a dar uma boa educação? O que é uma boa educação? O que os burocratas pressupõem sem pensar é que os alunos ficam com uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação. Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Sabe o que é um “dígrafo”? E conhece os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante”? Qual é a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professores, também engaiolados… São obrigados a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é um hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata a sua experiência com as escolas: Fui forçado (!) a estudar o que os professores decidiam que eu deveria aprender. E aprender à sua maneira. O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que a inteligência era a ferramenta e o brinquedo do corpo, Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender ferramentas, aprender brinquedos. As ferramentas são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. Os brinquedos são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. As ferramentas permitem-me voar pelos caminhos do mundo. Os brinquedos permitem-me voar pelos caminhos da alma. Quem está a aprender ferramentas e brinquedos está a aprender liberdade, não fica violento. Fica alegre, ao ver as asas crescer… Assim todo o professor, ao ensinar, deveria perguntar-se: Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo? Se não for, é melhor pôr de parte. As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se as escolas são gaiolas ou asas. Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos. Há esperança… Rubem Alves in, Gaiolas ou Asas - A Arte do Voo ou a Busca da Alegria de Aprender

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Os pensamentos chegam-me de um modo inesperado, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que, frequentemente, também Lichtenberg, William Blake e Nietzsche eram atacados por eles. Digo atacados porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Os aforismos são visões: fazem ver, sem explicar. Pois ontem, de repente, este aforismo atacou-me:

Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controlo. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri, conversando com professores em escolas. O que eles contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E eles, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e os domadores com os seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.

Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que os fecha com os tigres. Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes? Ou serão as escolas que são violentas?

As escolas serão gaiolas? Vão falar-me da necessidade das escolas dizendo que os adolescentes precisam de ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: as nossas escolas estão a dar uma boa educação? O que é uma boa educação? O que os burocratas pressupõem sem pensar é que os alunos ficam com uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.

Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Sabe o que é um “dígrafo”? E conhece os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante”? Qual é a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professores, também engaiolados… São obrigados a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é um hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata a sua experiência com as escolas: Fui forçado (!) a estudar o que os professores decidiam que eu deveria aprender. E aprender à sua maneira.

O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que a inteligência era a ferramenta e o brinquedo do corpo, Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender ferramentas, aprender brinquedos. As ferramentas são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. Os brinquedos são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.

Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. As ferramentas permitem-me voar pelos caminhos do mundo. Os brinquedos permitem-me voar pelos caminhos da alma. Quem está a aprender ferramentas e brinquedos está a aprender liberdade, não fica violento. Fica alegre, ao ver as asas crescer… Assim todo o professor, ao ensinar, deveria perguntar-se:

Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo? Se não for, é melhor pôr de parte.

As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se as escolas são gaiolas ou asas.

Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos.

Há esperança…

Rubem Alves

in, Gaiolas ou Asas – A Arte do Voo ou a Busca da Alegria de Aprender

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades

Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades

Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades

Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande. Ele fica mais rico interiormente… E ficando mais rico interiormente ele pode sentir mais alegria – que é a razão pela qual vivemos.

Já li muitos livros sobre Psicologia da Educação, Sociologia da Educação, Filosofia da Educação… Mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à Educação do Olhar. Ou à importância do olhar na educação, em qualquer um deles.

A primeira tarefa da Educação é ensinar a ver… É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo… Os olhos tem de ser educados para que nossa alegria aumente.

A educação se divide em duas partes:

Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades.

Sem a Educação das Sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.

Os conhecimentos nos dão meios para viver.

A sabedoria nos dá razões para viver.

Quero ensinar às crianças. Elas ainda tem olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento: a capacidade de se assombrar diante do banal.

Para as crianças tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o voo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra.

Coisas que os eruditos não vêem.

Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. E nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore… Ou para o curioso das simetrias das folhas. Parece que naquele tempo as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.

As palavras só tem sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos. Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentro da gente.

São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida.

Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança, jamais será sábio.

Rubem Alves

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Ética e Moral - As Irmãs Gêmeas - Isabella Arruda

Ética e Moral – As Irmãs Gêmeas

Ética e Moral – As Irmãs Gêmeas

Hoje é dia de CONTO, uma experiência maravilhosa com as crianças! – “Quem conta um conto, aumenta um ponto.”

Era uma vez uma criança muito curiosa e inteligente que perguntou para um adulto:

O que é Ética e Moral

E agora o que eu vou responder – pensou o adulto. Logo, ele foi buscar a definição no dicionário e ficou ainda mais confuso para interpretar e traduzir o seu entendimento para a criança.

Como esse adulto sempre gostou de histórias, resolveu utilizar esse recurso com a História “As Irmãs Gêmeas: uma chamava-se Ética e a outra Moral”

Essa história é contada por uma jovem, uma menina moça muito sabida de 15 anos, a Isabella Arruda.

Neste vídeo o Jardim da Infância Zen foi o instrumento para a “contação” dessa linda história: As Irmãs Gêmeas Ética e Moral. Ficou curioso (a), então vem com a gente se encantar.

No universo infantil, a utilização das histórias, contos e fábulas costuma encantar as crianças. Por isso, eu sempre recomendo as histórias para trabalhar a diversidade entre as famílias.

A importância de se contar histórias está no enriquecimento das experiências infantis, através do desenvolvimento de diversas formas de linguagem, o que auxilia na formação do caráter, da confiança e do poder imaginário da criança. Além disso, histórias estimulam funções cognitivas essenciais para o desenvolvimento do pensamento. A criança se ampara nas vivências dos personagens para absorver suas próprias vivências, aprendendo meios de lidar com seus problemas e dificuldades do dia-a-dia.

Essa história pode ser usada para ajudar a despertar o Espírito Filosófico em Crianças. A história explora a inteligência e imaginação como formas de adquirir conhecimentos e desenvolver novas habilidades. As várias formas de conhecer o mundo e as pessoas e a discriminação dos que não se enquadram nos padrões determinados pela sociedade. 

“A história de hoje entrou por uma porta e saiu pela outra; e quem souber, que conte outra”.

“Histórias para Despertar” é uma coletânea de fábulas e contos de fadas criada para ilustrar, de forma criativa e divertida, a eterna busca do ser humano por sabedoria e realização.

Este livro foi elaborado dentro do projeto infantil de filosofia para crianças da Associação Cultural Nova Acrópole. A Autora buscou passar um pouco dos conhecimentos filosóficos em uma linguagem suave e pedagógica, resultando na publicação do presente livro.

Sobre a Autora Isabella Galvão Arruda

Isabella Galvão Bueno é uma jovem de 15 anos, no momento que escreveu o livro (2009). Ela começou a escrever esta obra aos treze. É brasiliense, filha de pais filósofos, ambos professores da Escola de Filosofia Nova Acrópole. Nasceu e cresceu nesse ambiente, e bem cedo começou a também fazer suas próprias indagações e buscar respostas. Este livre, ideia e iniciativa da mesma, é resultado dessas indagações, e se destina a ajudar a despertar o Espírito Filosófico em Crianças, com as quais trabalha, no projeto de Educação Infantil de Nova Acrópole.

Histórias para Despertar: Filosofia para crianças e adolescentes, por Isabella Galvão Arruda (Autor), Isabella Rodrigues (Ilustrador), Beatriz Nascimento (Ilustrador), Bárbara Arruda (Ilustrador)

Adquira o livro no link da Amazon: https://amzn.to/30bhFLc

Entrevista com a Escritora Isabella Arruda

LIVE com a Profª Lúcia Helena Galvão e Isabella Galvão, autora do livro com este título

Definições Conceituais

No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.

Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.
Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.

Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.

No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.

“Ética é aproximar nossa mente do nosso “coração”, colocando amor em tudo que fazemos.”

“Se pesquisássemos os conceitos de Ética e Moral no dicionário, encontraríamos a Ética ligada à um estudo de juízo, de valores ou de princípios, que norteiam a boa conduta do ser humano; enquanto a Moral seria um conjunto de regras e hábitos julgados como válidos. De maneira que, separou-se a Ética, como algo mais teórico, e a Moral como algo mais prático.

Porém, a Filosofia à maneira clássica, que também tenho chamado de “Filosofia como arte de viver”, entende que a teoria é igual à prática.

Pensem, como exemplo, uma pessoa que quer construir uma cadeira, mas antes de construí-la, primeiro se faz fundamental pensá-la. Expressa-se então o conhecimento ético, naquela pessoa que sente, pensa, fala e age de forma coerente e uniforme. É preciso fazer coincidir o que sentimos com aquilo que fazemos.

Helena Petrovna Blavatsky, filósofa russa, dividia nossa mente em duas partes, uma parte filosófica e outra científica. A mente filosófica liga-nos a princípios e arquétipos superiores, como por exemplo , a Justiça, o Amor, a Verdade e a Beleza; e a outra mente científica, está ligada à matéria e ao mundo em que vivemos.

Imaginem um grupo de crianças, no qual naturalmente encontramos crianças que se inclinam para um comportamento banhado pela justiça, enquanto que em outras, encontraríamos atitudes um tanto rebeldes.

Posteriormente, isso continuaria acontecendo com os adultos. Podemos dizer então que, quando surge em nós esse esforço para canalizar sentimentos mais nobres, chamaríamos isso de Ética Atemporal, ou seja, aquela que vence as barreiras do tempo e se manifesta no decorrer da história.

É necessário, sobretudo, que o homem eleve sua consciência para canalizar essa força, por meio de um comportamento reto e cortês.

Dessa forma surge também uma Ética Temporal, que pode se adaptar a cada época do tempo, de acordo com os acontecimento.

Desse esforço nasce um código, uma constituição, normas a serem seguidas, inspiradas por uma intenção de justiça que surge do coração do homem. Portanto:

“Ética é aproximar nossa mente do nosso “coração”, colocando amor em tudo que fazemos.”

Termino este texto com uma frase do fundador da Nossa Acrópole, o Professor Jorge Angel Livraga, sobre Ética e Moral: “Tratava-se de harmonizar o homem e ajudá-lo, para que nele brotassem as fontes da Justiça e do Bem, que lhe permitissem beber das águas da divindade”. Elismar Alves, Prof. de Nova Acrópole

Links: https://www.acropole.org.br/programa-merlin/

“A ética é o conjunto de valores e princípios que eu uso para a minha conduta no meio da sociedade, isto é, quais são os princípios para eu agir. Moral é a prática desses princípios. Este conjunto de valores é construído por algumas instituições sociais, como família e escola.” Cortella

Jardim da Infância Zen – Dia da Sabedoria

“A Ética e a Moral são filhas do Pai Eternidade e da Mãe Sabedoria. São Divinas! Elas sempre estarão em busca de abrigo em nossos corações.

*** Hoje terça-feira, seguimos com a pauta editorial proposta. Terça-feira é regido pelo Deus Ares | Conhecido em Roma como Marte – Dia da nossa “Salada Mystica” no “Jardim da Infância Zen” 

*** Na mitologia grega entre as características da sua personalidade, Eros, ficou conhecido como deus guerreiro, que não consegue controlar seus impulsos e sua raiva.

Além da Filosofia, Eros também é citado na Psicologia em um sentido muito mais amplo, quase que equivalente à “Energia da Vida”.

Na psicologia freudiana, Eros representa nossa força vital, a vontade de viver. É o desejo de criar vida e favorecer a produtividade e a construção.

Com todo esse simbolismo o que podemos aprender? A dualidade, o que fazer com as nossas emoções estão “afloradas”?

A sabedoria é aprender o que fazer com os momentos de emoções tão contraditórias. Experimente a vida em todas as formas possíveis bom-mau, amargo-doce, claro-escuro, verão-inverno. Experimente todas as dualidades. Não tenha medo da experiência, porque mais experiências que você tem, mais maduro você se torna. Aprender voltar para o meu eixo com sabedoria e de forma mais rápida. “Tudo que vocês viverem passa a ser de vocês, ninguém mais pode tirar. É assim que se constrói a sabedoria”

Com a maturidade emocional não tenho necessidade de culpar ou julgar ninguém pelo que acontece. Na calma presto atenção e, em harmonia com a situação, aceito a realidade e as coisas como elas são, e não como eu gostaria que fossem.

Depois de reconhecer, entender, acolher e aceitar as dualidades encontramos o EQUILÍBRIO.

Quando faço isso escolho como reagir diante as adversidades, assumo responsabilidades, me conecto com a ressonância do universo e coloco a minha tão desejável equanimidade em prática.

Maturidade emocional é manter o silêncio até que possamos falar com sabedoria, respeito e amor. Cabe a cada um de nós manter o equilíbrio das relações.

Se você não puder falar com respeito e amorespere até que possa.” — Amma

Sabedoria é ser capaz de transformar conhecimento em respostas às circunstâncias da vida dignas de um ser humano. “Pelas vossas obras, vos conhecerei!”

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



A nova obra do artista Kobra homenageia as vítimas do coronavírus no mundo e pede pé para enfrentar a pandemia

Língua dos Homens e dos Anjos | Sem amor eu nada seria

“Ainda que eu falasse a língua do homens e falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria”

“Vamos vencer isto juntos, mas separados. Ou separados, por isto juntos. Nestes tempos de necessário isolamento social, é preciso ter fé. Independente da nossa localização geográfica, de nossa etnia e de nossa religião, estamos unidos em uma mesma oração.” Eduardo Kobra  #eduardokobra

“Se fosse possível, colocaria todas as religiões, mas coloquei as cinco maiores para representar toda fé da humanidade”

“Buda não era Budista,
Jesus não era Cristão,
Krishna não era Vaishnava,
Maomé não era Islamita,
Eles eram professores que ensinavam AMOR.
AMOR era a religião de cada UM.”

”Ainda que eu falasse a língua do homens. E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o mal. Não sente inveja ou se envaidece.”

“Ainda que eu falasse a língua do homens
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece

O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

Ainda que eu falasse a língua do homens
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter a quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor

Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria”

Compositor: Renato Russo – Renato Manfredini Jr  #legiaourbana – Artista: Legião Urbana – Álbum: As Quatro Estações

Não é sobre nossas crenças e sim sobre como estamos vivendo e como estamos vendo e interpretando o mundo.

Independente da religião amar e perdoar é evolução espiritual, é desapegar do orgulho e egoísmo. Independente de qual “crença” seguimos a linguagem universal que é o AMOR!
.
Então disse Jesus: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas”. 

Obra do artista plástico Eduardo Kobra https://www.eduardokobra.com/

A obra do artista Eduardo Kobra homenageia as vítimas do coronavírus no mundo e pede fé para enfrentar a pandemia. Foto: Reprodução/Instagram

*** Conheça nosso Podcast do Infância Zen: https://anchor.fm/infanciazen

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



A eternidade do devaneio. Um encontro com Van Gogh

A eternidade do devaneio. Um encontro com Van Gogh

A eternidade do devaneio. Um encontro com Van Gogh

Eu sempre fui multitarefas, workaholic, multifuncional…Passei minha vida fazendo várias coisas ao mesmo tempo, me multiplicando para “dar conta” de tudo e de todos. Acreditava que era mega produtiva e organizada. Me cobrava de cumprir tudo para não me culpar de não ser boa o bastante caso eu falhasse em algo. Hoje descobri que isso é um grande mito, produção é diferente de produtividade.

Passei minha vida fazendo várias coisas ao mesmo tempo, me multiplicando para “dar conta” de tudo e de todos. Acreditava que era mega produtiva e organizada. Me cobrava de cumprir tudo para não me culpar de não ser boa o bastante caso eu falhasse em algo. Hoje descobri que isso é um grande mito, produção é diferente de produtividade. Nos últimos anos senti minha energia e essência divididas. Eu “me perdia” comigo mesma, nas coisas, nos projetos, nas pessoas, nas redes sociais, na família, nos amigos, no trabalho…não tinha o foco em mim e nas minhas escolhas. Não tinha planejamento com clareza. Eu não sabia falar não. Eu não aceitava não dar conta de algo. Eu não aceitava ser imperfeita. Eu não escolhia o que eu realmente queria fazer e o que realmente me completava. Minhas escolhas eram baseadas em múltiplas escolhas, em terceiros e no olhar para fora e não para dentro. Olhar somente para mim era algo extremamente egoísta, principalmente depois de ser mãe. Hoje estou respeitando minhas escolhas e o momento presente. Hoje eu sou as minhas escolhas e minhas renúncias. Hoje sou meu olhar para dentro. Hoje reconheço e não me envergonho de assumir que sou imperfeita, que eu posso sim falhar e não dar conta de tudo. Esse despertar preencheu meu coração.

”Desde a tenra infância o amarelo foi minha cor predileta. Os amarelos de Van Gogh, que fui descobrir já com meus vinte e tantos anos, sempre me impressionaram e foi motivo de conexão direta. O bom de falar de Vicent Van Gogh é que ele, de alguma forma, habita nosso (in)consciente sem que se necessite qualquer resquício de erudição para conhecê-lo. Ao contrário, admirar a obra deste pós-impressionista, exige a simplicidade de quem ainda é capaz de contemplar, de ter olhos pacientes sobre as coisas mais simples e lentas da vida. Aliás, contemplar é uma forma de dar eternidade ao tempo. Somos estimulados ao contrário, a produzir, tornarmo-nos eficientes, melhores, embora nunca saibamos exatamente para quê, afinal de contas, devemos ser melhores. Encontrar Van Gogh é, de alguma forma, ver o sentido profundo de nossos próprios devaneios, não dos seus. A contemplação, tão difícil nos tempos algorítmicos dos likes, é uma janela para vida em meio à eternidade dos devaneios digitais que nos cercam.” Rico Machado, Jornalista, mestre em Comunicação e Especialista em Filosofia. É doutorando em Cultura e Significação na UFRGS, onde realiza pesquisa relacionando antropofagia e semiótica. (Texto: A eternidade do devaneio. Um encontro com Van Gogh)

Link Consultado: https://antropofagias.com.br/2020/08/16/a-eternidade-do-devaneio-um-encontro-com-van-gogh-002/

Artista: Vincent Van Gogh

Se preferir acesse nosso Podcast: https://anchor.fm/infanciazen

Hoje é Sábado – Dia de Saturno, aquele que traz a realidade como evidência e nos põe os pés no chão e na terra. No glifo de Saturno, a cruz da matéria substitui e domina as percepções do inconsciente. A compreensão de nossa herança e experiências passadas traz a maturidade e uma compreensão real de causa e efeito 🌬
.
A nossa proposta de “reflexão livre” aqui é gerar autonomia para “Construção do Pensamento” com base nos: Valores, Virtudes e Sabedoria.
.
É olhar para o “sutil inconsciente” e ressignificar.
Quando “estão em equilíbrio”, nos tornarmos altamente pragmáticos e conscientes, com uma boa compreensão do passado e das leis de causa e efeito. Conseguimos viver em sociedade com responsabilidade, limites e paciência.
.
A nossa vida é uma “Caixa de Pandora”, O mito da Caixa de Pandora sugere que, apesar de todos os males e todas as angústias, ao menos podemos nos apegar à esperança, “a última que morre”. Faz parte da curiosidade humana querer saber como e por que as coisas acontecem no mundo da maneira como elas ocorrem.
.
A MeditAção CriAtiva nos ajuda a “passear” nesse “Jardim Encantado” e observar o que a natureza nos oferece de aprendizado. A meditação ativa é baseada na catarse. Ou seja, na liberação e na expansão de emoções. Isso é realizado por meio de muitos movimentos do corpo, atividades físicas e expressões verbais. Tal tipo de prática utiliza mais a imaginação ativa e a mente superior para criar uma mudança interna, receber insights ou treinar e aproveitar o poder da mente.

Meditação com visualização criativa para você adulto ouvir com sua criança interior https://infanciazen.com.br/2019/05/17/crianca-interior-cura-da-crianca-ferida/
.
Resumindo: significa “ver as coisas como elas realmente são”. Essa prática, pode ser descrita como uma “arte de viver”. Semelhante à meditação da atenção plena, envolve o treinamento da mente com objetivo de conscientização sobre as próprias experiências.
.
Com isso você percebe como sua mente produz pensamentos, emoções e julgamentos fugazes – no entanto, você aprende a lidar e voltar para o eixo, mantendo-se consciente do momento presente
.
É ver a verdadeira natureza da existência através da auto-observação e conscientização.

Vamos “percorrer” esse “sutil inconsciente”. Segue os Stories do Instagram “o despertar”.

‘A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original’. Albert Einstein

Obs.: Os textos publicados aqui são “simbólicos”, com base inspiracional na interpretação das minhas trilhas vividas. Não é uma declaração eu proclamação oficial de nenhuma crença específica.

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



O Laço e o Abraço

O LAÇO E O ABRAÇO

O LAÇO E O ABRAÇO

“Meu Deus! Como é engraçado! Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço… uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando… devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço. Ah! Então, é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço. Então o amor e a amizade são isso… Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!”

Maria Beatriz Marinho dos Anjos

Nota: A autoria do texto é muitas vezes atribuída erroneamente a Mario Quintana.

O que é carência afetiva para você? O que carência afetiva tem haver com o Amor, com Laços e Abraços?

“A beleza da vida expressa através da pintura”

EXPRESSANDO A BELEZA DA VIDA ATRAVÉS DA PINTURA

Todos os dias a beleza envolve nossas vidas; seja um nascer do sol ou a luz nos olhos de uma criança. Frequentemente, nos apressamos ao longo do dia, mal notando. Já foi dito que “nosso trabalho como artista é o de revelação”.

Como artista, aspiro ao melhor da minha capacidade para criar pinturas que expressem a inspiração que senti ao observar a beleza que vejo. E, ao fazer isso, espero encorajar e elevar outras pessoas .” ~ Sheri Dinardi

Sheri Dinardi http://www.sheridinardistudio.com/

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Renascimento Michelangelo

Todo Renascimento é Atemporal

Todo Renascimento é Atemporal

Seguimos com a pauta editorial de “livre expressão” proposta desta semana no Infância Zen – Quinta-feira é regida por Júpiter.
.
Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?
.
Como podemos, de acordo com a nossa visão de princípios e valores, nos responsabilizar pela desordem da qual eu me queixo.
.
Desenvolver a sabedoria para alcançar a equanimidade. Pequenas pedras que são lançadas da consciência não podem levar todo o lago à comoção.
.
Depois de reconhecer, entender, acolher e “aceitar” as dualidades encontramos o EQUILÍBRIO.
.
Quando faço isso escolho como reagir diante as adversidades e assumo as responsabilidades. Me conecto com a ressonância do universo e coloco a minha tão desejável equanimidade em prática.
.
Com base nos valores, princípios e sabedoria é capaz de transformar conhecimento as respostas às circunstâncias da vida digna de um ser humano.
.
”Pelas vossas obras, vos conhecerei.”

Mini Biografia – Livre

Michelangelo (1475-1560) foi um pintor, escultor, arquiteto e poeta do Renascimento Italiano.

Um dos maiores representantes das artes plásticas do período.

Michelangelo nasceu em Caprese, nas proximidades de Florença, Itália, no dia 6 de março de 1475.

Na escola interessava-se apenas em desenhar, para desespero da família, que desprezava a profissão do artista. Sua obstinação acabou vencendo, e aos 13 anos de idade tornou-se aprendiz do estúdio de Domenico Ghirlandaio.

Desejando uma arte mais heroica, ingressa na escola de escultura de Lourenço de Medicis, que o hospeda em seu palácio.

Convivendo com a elite nobre e intelectual, empolga-se pelas ideias do Renascimento Italiano.

Sua grande paixão foi a escultura. Certa vez ele disse: “A figura já está na pedra, trata-se de arrancá-la para fora”.

Tinha orgulho de sua ascendência aristocrática, “por sua raça” – como escrevia em suas cartas: “Eu não sou o escultor Michelangelo, sou Michelangelo Buonarroti”.

A obra renascentista intitulada A criação de Adão foi feita por volta de 1511 pelo famoso artista italiano Michelangelo.

Esse é um trabalho realizado com a técnica do afresco e integra o conjunto de pinturas feitas no Teto da Capela Sistina, produzidas entre 1508 e 1512 por encomenda do papa Júlio II.

A criação de Adão é a representação da passagem bíblica em que o criador do mundo, Deus, dá origem à humanidade, simbolizada na figura do primeiro homem, Adão.

Essa foi a primeira obra em que um artista consegue expressar todo o mistério, espontaneidade e, ao mesmo tempo, força divina no ato da criação.

A composição transmite harmonia ao criar dois planos que o expectador percorre visualmente a partir do chão.

Adão, segundo o livro bíblico, foi criado à semelhança de Deus. Na pintura, podemos constatar tal paridade e simetria.

Os corpos de ambos são exibidos deitados de frente, com o mortal no ambiente terrestre, inicialmente sozinho; já o ser divino está envolto em um manto e rodeado de anjos.

Os dedos das personagens, quase se tocando, são o ponto alto da composição.

A mão de Adão ainda denota falta de vitalidade, que será conferida a ele através do toque de Deus. O criador exibe o dedo indicador esticado, em um gesto simples e direto, agraciando o homem com a vida.

Segundo o historiador Ernst Gombrich, essa é considerada uma das maiores obras de arte já produzidas. Nas palavras dele:

Michelangelo conseguiu fazer do toque da mão divina o centro e o ponto culminante da pintura, e nos fez enxergar a ideia da onipotência por meio do poder de seu gesto criador.

Adão é apresentado como um homem que, preguiçosamente, desperta. Ele levanta o tronco na direção de Deus e apoia o cotovelo em seu joelho, a fim de aproximar-se do gesto divino.

É como se ele acabasse de acordar de um sono profundo, pois podemos perceber seu corpo relaxado e sua feição acomodada.

A propósito, a figura humana é muito bem representada anatomicamente em Adão, que está completamente nu e tem os músculos à mostra.

A figura de Deus é manifestada de forma vigorosa. Os longos cabelos grisalhos e barba volumosa transmitem a ideia de sabedoria.

Sua vestimenta é representada de maneira fluida, o que permite a observação do corpo jovem e musculoso, como o de Adão. Essa maneira de representação do ser humano, valorizando a corporeidade, é característica da arte renascentista.

Aqui, o criador tem o corpo envolvido por um manto vermelho, que é inflado pelo vento. Muitas figuras angelicais o acompanham, e pode-se dizer que a mulher ao seu lado vem a ser Eva, companheira de Adão, que ainda espera nos céus pelo momento de descer à Terra.

Na década de 90, o pesquisador americano Frank Lynn Meshberger encontrou em A criação de Adão enorme semelhança entre o desenho da anatomia cerebral e a figura de Deus com anjos envoltos no manto vermelho.

As imagens são realmente muito similares e, segundo os estudos, Michelangelo representou inclusive algumas partes internas do órgão, como o lobo frontal, nervo ótico, glândula pituitária e o cerebelo.

Essa teoria faz sentido, tendo em vista que Michelangelo era profundo conhecedor de anatomia.

O pensamento que imperava na época, alicerçado pela ideologia humanista e antropocêntrica, também contribui para que essa hipótese seja verdadeira. Nesse período, o homem passa a ser visto como o centro do universo.

Michelangelo parece ter feito uma espécie de “homenagem” à racionalidade humana, representada pelo órgão cerebral.

Michelangelo e seu contexto histórico

Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, ou somente Michelangelo, nasceu em 6 de março de 1475, em Caprese, na Itália.

Foi um artista excepcional, contribuindo grandemente para a história da civilização do Ocidente no momento em que enormes transformações culturais e sociais ocorriam.

Vivia-se o período Renascentista e a Itália era considerada o centro da efervescência artística, que despontava baseada na cultura clássica da Grécia e Roma antigas.

Nesse cenário, Michelangelo destacou-se devido a sua genialidade, colocando sua arte como objeto de encantamento e também de confronto.

O artista fez de sua vida uma devoção à arte, trabalhando até os últimos dias. Falece em 18 de fevereiro 1564, em Roma.

Artigo de Blog Consultado: https://www.todamateria.com.br/autor/laura-aidar/

Homem Vitruviano ou Homem de Vitrúvio é um desenho de Leonardo da Vinci (1452-1519) que foi produzido em 1490, durante o Renascimento.

Todo Renascimento é Atemporal

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



O Labirinto - O Mito do Labirinto

O Labirinto – O Mito do Labirinto

O Labirinto – O Mito do Labirinto – O que o labirinto de Chartres tem em comum com a meditação?

Nossa mente é um labirinto onde podemos nos perder “na viagem” dos pensamentos incertos. Podemos nos perder, e recalcular a rota para nos encontrar.

Você está perdido num labirinto chamado EU? A vida é um labirinto e cada um precisa achar sua direção.

Muitas vezes, expõem-se as diferenças que existem entre o que é Mito e o que é História. Aceitamos facilmente como História todos aqueles fatos que têm uma data, que aconteceram em algum lugar determinado da Terra e que se referem a personagens conhecidos; enfim, fatos relevantes nos quais podemos crer porque provêm de historiadores dignos de fé. Por outro lado, falamos de Mitos como de relatos muito mais fantásticos, imprecisos no tempo, difíceis de definir e atribuídos não mais a personagens históricos e reais, mas a personagens fabulosos que, geralmente, não se sabe sequer se existiram.

No caso do Labirinto, encontramo-nos justamente com um Mito, com um relato de fatos e personagens que são, acima de tudo, simbólicos ou que, pelo menos, a História dificilmente aceita como reais, e sim em um sentido figurado.

Pensamos que todo mito, todo acontecimento figurado, todo relato simbólico, no fundo, apóia-se sobre alguma realidade, ainda que, às vezes, não possamos chamá-la de histórica. O Mito é verdadeiro como referência a realidades psicológicas, a vivências humanas, a processos e formas que se refletem, cobertos de símbolos, e começam a circular, através do tempo, entre os homens, chegando a nós, que devemos ter o trabalho de desvelá-los, ou seja, retirar seus véus e voltar a encontrar o sentido oculto e profundo das coisas.

O Mito do Labirinto é antiquíssimo e, atrevo-me a dizer, é comum a todas as antigas civilizações, nas quais se explica que o labirinto é uma passagem difícil de percorrer, confusa, que faz o homem se perder em caminhos complicados. Às vezes, mescla-se o relato de algum homem fantástico, algum herói ou personagem mítico que desfaz o labirinto e encontra a chave que, finalmente, leva-o à solução desse enigma que lhe é colocado em forma de caminho.

Quando falamos de labirintos, o mais conhecido, o que melhor chegou até nós através da mitologia grega, tão acessível, tão simples, em forma de relatos praticamente infantis, é o labirinto de Creta. Não vou referir-me a esse labirinto tal como relata a mitologia mais conhecida, mas remontaremos um pouco mais no tempo em busca daqueles elementos, que puderam ser encontrados, graças aos últimos descobrimentos arqueológicos em Creta, para ver o que realmente os cretenses adoravam e em que fundamentaram seu labirinto. Veremos, então, que o relato já não é tão infantil e torna-se cada vez mais complexo e simbólico.

Para começar, um velho símbolo cretense, que se referia à sua máxima deidade, era o Machado de Duplo Fio, que também podia ser simbolizado por um par de cornos, com um deles voltado para cima e o outro para baixo, os quais, unidos, conformavam, precisamente, um Machado de Duplo Fio, velho símbolo que se refere a uma deidade com um culto muito forte em Creta: o Touro Sagrado. Esse Machado recebia o nome de Labris e, segundo uma tradição muito antiga, foi a arma com que um deus, o qual os gregos viriam a chamar de Ares-Dionísio, abriu o Primeiro Labirinto

Eis aqui o relato: conta-se que esse Ares-Dionísio, deus muito antigo, dos primeiros tempos, desce à terra. Não há nada criado ou plasmado; há apenas escuridão, apenas trevas. Mas, das alturas é outorgado a esse Ares-Dionísio uma arma, o Labris, e diz-se que, com ela, ele deve forjar o mundo.

Ares-Dionísio, em meio a essas trevas, começa a marchar em forma circular. Isso é muito curioso, porque a ciência atual descobriu que, geralmente, quando estamos na escuridão e não conhecemos o recinto no qual nos encontramos, ou quando queremos sair de um lugar grande, sem luz, a primeira tendência que temos é a de caminhar em círculo; quando nos perdemos, a primeira tendência que temos também é a de caminhar em círculo.

Fizemos essas associações porque queríamos, desde o começo, relacionar o sentido do Labirinto com certos atavismos que ainda hoje guardamos, como seres humanos que somos. Eis que Ares-Dionísio começa a caminhar em círculos e, com seu machado, vai rompendo a escuridão e abrindo uma fresta. Este caminho que ele abre e que se vai iluminando paulatinamente, chamamos de Labirinto, ou seja, o caminho aberto com o Labris.

Quando Ares-Dionísio, depois de muito trabalho, chega ao verdadeiro centro de seu Caminho, descobre que já não tem o machado do início. Agora, seu machado converteu-se em pura luz; o que tem em suas mãos é uma chama, uma tocha que ilumina perfeitamente, porque ele realizou um duplo milagre: trabalhou sobre a escuridão, do lado de fora, com um fio de seu machado, e trabalhou sua própria escuridão interior com o outro fio do machado. À medida que conquistou a luz do lado de fora, conquistou-a também dentro de si; à medida que abriu passagem por fora, abriu-a também por dentro.

Assim, quando chega ao centro do labirinto, encontra o centro do caminho: conquistou a luz e conquistou a si mesmo. Essa é a mais antiga tradição que se pode recolher, em Creta, sobre o mito do Labirinto. A partir daí, as demais são muito mais conhecidas.

Muito conhecido por todos nós é o episódio do fantástico labirinto elaborado por Dédalo, arquiteto e inventor prodigioso da Creta antiga, cujo nome costuma-se utilizar como sinônimo de Labirinto.

Recordando o velho idioma dos gregos, Dédalo ou Dáctil, como é chamado em outras oportunidades, é aquele que faz, que trabalha com os dedos, aquele que constrói. Seu símbolo é o do construtor, não mais de um conjunto de palácios ou jardins, como era o labirinto do Rei Minos, mas em um sentido ainda mais profundo e distante, talvez semelhante àquele primeiro deus, que constrói, nas trevas, um Labirinto de Luz.

Diz-se que, na realidade, o labirinto de Dédalo não era uma casa subterrânea, escura ou tortuosa, e sim um conjunto de casas, palácios e jardins traçados de tal forma que quem entrava não encontrava a saída. O problema não era que o labirinto fosse horroroso, e sim que não se podia sair dali.

Dédalo construiu esse Labirinto para o Rei Minos, de Creta, um personagem quase legendário, cujo nome nos permite aparentá-lo com tradições muito antigas de todos os povos dessa época.
Minos habitava um fantástico palácio, tinha uma esposa, Pasifae, que vai ser quem gestará todo o drama relativo ao Labirinto.

Para chegar a ser rei, Minos contou com a ajuda de outro poderoso deus, o do Oceano e das Águas, Poseidon. Para que Minos se sentisse seguro de seu trono entre os homens, Poseidon realizou um prodígio: dentre as águas, em meio às espumas do mar, faz surgir fantasticamente um touro branco, como um presente, que concede a esse Rei das ilhas de Creta. Isso significa que Minos é efetivamente o Rei.

Mas eis que, conforme a mitologia grega nos relata, a esposa de Minos enamora-se perdidamente por esse touro branco, que se torna o único ser pelo qual ela anseia e o qual deseja, e como não encontra uma forma de aproximar-se dele, pede a Dédalo, o grande construtor, outro favor: que fabrique uma enorme vaca de bronze, bela e atrativa o suficiente para que o touro se sentisse inclinado por ela, e Pasifae esconde-se dentro do animal.

A tragédia é enorme: Dédalo constrói a vaca, Pasifae esconde-se, o touro aproxima-se dela e, dessa estranhíssima união entre uma mulher e um touro branco, surgirá uma besta, metade homem, metade touro: o Minotauro. Esse monstro irá residir no centro do Labirinto, o qual, a partir de agora, se transformará; não será mais um conjunto de jardins e palácios, e sim um lugar tétrico, aterrador e doloroso: a recordação perpétua do drama do Rei de Creta.

Em outras antigas tradições, além dessa de Creta, encontramos uma explicação um pouco menos simplista para o drama de Pasifae e do Touro Branco.

Descobrimos, por exemplo, nos relatos da antiga América pré-colombiana e na Índia, alusões a que, num determinado momento da evolução humana, há milhões de anos, segundo nos dizem, houve um momento em que os homens se confundiram e mesclaram-se com os animais. Dessa aberração e ruptura das leis da Natureza, surgiram verdadeiros monstros, seres híbridos, estranhíssimos de se definir. Não se tratava somente de que trouxessem em si a maldade, como no caso do Minotauro, mas traziam também a vergonha de uma união que jamais deveria ter se realizado, e a vergonha do segredo que não deveria ser revelado jamais, depois que se pudesse apagar esse episódio da memória dos homens.

Assim, a relação de Pasifae com o Touro, e o nascimento do Minotauro faz, de certo modo, referência a essas antigas raças e aos velhos processos que se ocultaram da memória humana em um determinado momento.
Por outro lado, o monstro, o Minotauro, representa a matéria cega e informe, sem inteligência nem direção, encerrada no centro do Labirinto, esperando as vítimas propiciatórias.

A lenda continua, e com o correr dos anos, o Minotauro, dentro de seu Labirinto, converte-se num verdadeiro elemento de terror. O rei de Creta, por questões de guerra, cobra dos atenienses um espantoso tributo: a cada nove anos, eles têm de enviar sete rapazes e sete donzelas virgens para o Minotauro. Na terceira vez, levanta-se um herói em Atenas, um ateniense por excelência: Teseu. Ele promete a si mesmo que não assumirá o reino de sua cidade enquanto não puder libertá-la de semelhante castigo, ou seja, enquanto não puder matar o Minotauro.

Teseu indica a si mesmo para ir entre os jovens que serão sacrificados; chega a Creta e, com a clássica estratégia de namorar a filha de Minos, Ariadne, consegue que esta lhe entregue um novelo de lã para que penetre no Labirinto e, após matar o Minotauro, encontre a saída. Efetivamente, o novelo é fundamental: Teseu entra e vai desenrolando-o à medida que penetra nos intrincados caminhos. Quando chega ao centro, com sua descomunal força e vontade, mata o Minotauro e consegue sair.

Se lermos nas versões simples e corriqueiras, Teseu mata o Minotauro com uma espada ou, algumas vezes, com um punhal. Mas se nos remetermos aos mais velhos relatos e às figuras que encontramos em antigos vasos áticos, Teseu mata o Minotauro com um machado de duplo fio. Uma vez mais, o herói, que abriu caminho em meio ao Labirinto, quando chega ao centro, realiza o prodígio necessário com a ajuda de um Labris, ou seja, com um machado duplo.

Há um mistério a mais para ser elucidado, ainda: o que Ariadne entrega a Teseu não é exatamente um novelo, mas um fuso envolvido por um fio. Este fuso é o que Teseu irá desenrolar à medida que penetra no interior do Labirinto. Mas quando Teseu sai e começa a recolher seu fio, enrolando-o novamente, vai torná-lo perfeitamente circular. Agora, sim, trata-se de uma esfera, de um novelo. Esse símbolo também não é novo; o fuso envolvido com o qual Teseu penetra no Labirinto é a imperfeição de seu ser interior que necessita desenvolver-se, passar por uma série de provas. A esfera que constrói ao recolher o fio é a perfeição conquistada após ter matado o Minotauro, após ter passado pela prova e saído novamente ao exterior.

Labirintos, houve muitos, e Teseus também. Em toda a zona do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e em toda a Galícia, existem infinidades de gravações em pedra, antiquíssimas, com labirintos desenhados, repetidos sistematicamente, como se fossem um sinal, uma marca que atrai, também, o peregrino do Caminho de Santiago e o induz a percorrer esse caminho, o qual, embora para nós, apresente-se como sendo reto, quanto ao seu sentido simbólico e de realização espiritual, é também um labirinto.

Labirintos encontram-se na Inglaterra, no famoso castelo de Tintagel, onde se diz que nasceu o Rei Arthur. Também os encontramos na Índia, onde foram tomados como símbolo da meditação, da concentração, do retorno sobre o próprio eixo.

No antigo Egito, na cidade de Abydos, tão antiga que quase se entronca com a história pré-dinástica do Egito, existia um labirinto que se chamava “Caracol”; era o Caracol de Abydos; precisamente, um templo circular, em cujos caminhos eram celebradas as cerimônias relativas ao tempo, à evolução, aos muitos caminhos que o homem teria que percorrer até encontrar-se com o centro, que é, na realidade, o próprio homem.

Inclusive, referindo-se ao Egito, esse Caracol de Abydos parece ter sido nada mais que a parte infinitesimal de outro enorme labirinto, ao qual faz referência Heródoto, dizendo que o labirinto egípcio era tão grande, tão tremendo, tão maravilhoso e tão fantástico que a Grande Pirâmide ficava obscurecida ao seu lado.

Hoje, não o encontramos e só nos restam os dados de Heródoto. Como de costume, os homens, depois de haverem chamado Heródoto, durante muitos anos, de “O Pai da História”, “Heródoto, o Veraz” e outras coisas do gênero, como nem tudo que ele menciona foi encontrado, afirmam, hoje, que ele não estava muito seguro do que dizia. A questão é que tantas coisas estão surgindo que, talvez, valha a pena ter paciência e ver se não aparece também aquele labirinto que mencionava o historiador grego.

Na Idade Média, nas catedrais góticas, tampouco faltavam labirintos. Um dos mais famosos e que costuma estar representado em todas as ilustrações, é o labirinto de Chartres, desenhado nas lajes do pavimento da grande catedral, esse labirinto não foi feito para se perder nele, mas para ser percorrido, numa espécie de Caminho Iniciático, de realização e de conquistas, que o candidato, o discípulo, aquele que pretende ter acesso aos Mistérios, o atravesse.

É dificílimo perder-se no labirinto de Chartres; os caminhos estão perfeitamente assinalados, as curvas e os trajetos estão à vista, mas o mais importante é chegar ao centro, à pedra quadrada onde os cravos marcam as distintas constelações e onde o homem, de uma maneira alegórica, chega aos céus e incrusta-se entre as deidades.

Provavelmente, todos esses Mitos da Antiguidade, e ainda dos labirintos simbólicos, que eram traçados nas catedrais não obedeciam tanto a uma realidade histórica, mas talvez, a uma realidade psicológica. A realidade psicológica do labirinto está tão viva hoje, como esteve sempre. Se, na Antiguidade, falávamos de um labirinto de iniciação, que é o caminho pelo qual o homem pode realizar-se à medida que o percorre, assim também, hoje em dia, devemos falar de um labirinto que se traduz de forma material e de forma psicológica.

De forma material, não há que buscar muito: todo mundo que nos rodeia, tudo aquilo em que estamos imersos, onde vivemos e nos desenvolvemos, constitui um labirinto. O que ocorre é que, nem os que penetravam nos jardins de Creta se davam conta de que entravam no labirinto, nem nós, quando estamos em nosso mundo circundante, somos conscientes de estar em um deles.

Não obstante, os jardins cretenses o eram, assim como nosso mundo circundante também é um labirinto, o qual costuma nos confundir. Psicologicamente, a angústia de um Teseu que buscava o Minotauro para matá-lo é também a angústia do homem que teme e que está desconcertado.

Fica claro que o Mito nos oferece uma solução. Teseu não entra com as mãos vazias no Labirinto; tampouco é lógico que resolvamos o problema de nosso labirinto com as mãos vazias. Teseu leva duas coisas: um machado (ou uma espada, como se queira) para matar o monstro e um fuso envolvido num fio, seu novelo, para encontrar o caminho.

Vamos traduzir um pouco isso para nossa linguagem.

O machado ou a espada foi sempre símbolo da vontade. Quantas tradições medievais falam ainda sobre a espada cravada na pedra que só o homem de vontade forte pode retirar! O que significa esse retirar a espada da pedra? É a vontade que extrai o vertical da matéria, que é horizontal, ou seja, uma das armas fundamentais que necessitamos para abrir os caminhos no labirinto é a Vontade, a força de vontade.

Outra arma importantíssima é o fio, a astúcia do fio que vai desenrolar-se pelos caminhos para encontrar o regresso. Esse fio é a perseverança e, diríamos mais, é a memória. Por que se estende os fios pelos caminhos do labirinto?

Porque estamos impossibilitados de recordar por onde caminhamos, por onde vamos, com que obstáculos tropeçamos e por onde podemos sair. Não podendo recordá-lo, utilizamos o sortilégio do fio, o qual voltaremos a encontrar e que nos indicará o caminho de volta. É a possibilidade labiríntica de não repetir os mesmos erros, de reconhecer aqueles lugares pelos quais fomos passando durante nossa evolução e de saber quais são os caminhos que nos restam para percorrer e como devemos fazê-lo.

Para os gregos, Ariadne é a alma, que no momento justo, quando Teseu está mais desesperado, entrega-lhe uma resposta e uma saída, uma chave, uma solução. Isso, que vibra, que vive e que nos proporciona as soluções no momento justo, isso é Ariadne, a Alma, a salvadora que aparece oportunamente e que nos dá a solução para resolvermos nosso problema.

O Minotauro é o excesso de materialismo, é a matéria que cresce, que perturba e que toma tudo para si. É esse excesso de matéria que se deve destruir, antes que ele destrua o Teseu que penetra no labirinto.

Quando se toma consciência do labirinto, quando se penetra nele, tanto nós quanto o Teseu da mitologia grega, tem que se conscientizar também da importância de encontrar a saída. Aquele que a encontra, destrói o labirinto.

Entretanto, tem que se levar em conta que a saída do labirinto não está fora; a saída do labirinto está exatamente no centro, em seu coração. Aquele que penetra no labirinto e, percebendo seus becos e tortuosidades, sente medo e foge, aquele que pretende escapar pelas laterais, pular fora ou somente farejar superficialmente, não resolve o labirinto. Temos que fazer verdadeiramente como Teseu: introduzir-se, caminhar, chegar ao próprio centro. No centro está a saída, e não fora; temos que ter a valentia de um Teseu para enfrentar os monstros.

Certamente, é muito difícil que apareça diante de nós esse elemento pré-histórico, metade homem, metade touro. Mas encontramos monstros diários que temos que enfrentar e com os quais devemos travar batalhas, se é que nos atrevemos. Dúvidas, preocupações, rancores, temores, inseguranças que, ainda que não tenham corpos físicos, vivem em nós e têm tentáculos tão poderosos quanto os do Minotauro de Creta. Temos que saber enfrentá-los com as armas da Vontade, da Inteligência e da Memória.

Dizem os antigos que o labirinto não era percorrido de qualquer forma, que a maneira ideal para percorrê-lo era dançando ou realizando passos de tal forma que descrevessem figuras no solo e no espaço, figuras rituais e mágicas. Nós, de alguma forma, deveríamos dançar ao longo da vida, chamando assim o processo de evolução.

Se conseguirmos que cada um de nossos passos não se desenvolva somente em seu labirinto horizontal, mas que, pelo contrário, esteja em um escalão superior, um ponto mais acima, teremos realizado essa estranha e misteriosa dança, que é a evolução, e teremos aprendido a dar esses passos justos e medidos, esses que não se dá de qualquer maneira ou em qualquer lugar, mas que são os “passos do caminho”.

Em todos nós, reside, também, o trabalho de despertar Teseu, dar-lhe vida, trazer esse herói à luz. Em todos nós, existe um segundo nascimento, que não é o de ter surgido fisicamente na vida, mas sim esse outro, no qual nosso herói interior se manifesta com suas melhores armas, com seus melhores trajes, forças e qualidades.

Indubitavelmente, não somos todos iguais; não somos todos igualmente heróicos, e nem mesmo na hora de praticar o heroísmo nossos atos coincidirão. Há aqueles que serão heróicos em um sentido, e outros que o serão em um sentido diferente; uns se voltarão para o estudo, as ciências, as artes, a religião, a política; outros para a meditação interior; há os que se voltarão para a família, para os entes queridos, ou seja, para simplesmente adornar a vida dos que estão ao seu redor.

Mas tudo isso é um ato heróico se nasce do verdadeiro ser interior. Por isso, escolhemos o tema de um herói grego que penetra o labirinto, mata um monstro e encontra-se com sua alma, que o ajuda a sair. Velho tema que nos permite comprovar, uma vez mais, que os anos passaram e que as civilizações só mudaram muito nas aparências.

O problema de percorrer o labirinto e sair dele continua sendo nosso. As armas de Teseu podem ser nossas armas, e esse herói, que adorna as páginas legendárias, que nos maravilha com suas vestes e seus cabelos de ouro, também está em nós.

Texto “O Labirinto – O Mito do Labirinto”, publicado no Caderno de Cultura da Espanha e traduzido para o português por Lúcia Helena Galvão.

Link: https://nova-acropole.org.br/blog-saiba-mais/artigos/o-labirinto/

*** Hoje terça-feira, seguimos com a pauta editorial proposta. Terça-feira é regido pelo Deus Ares | Marte – Dia da nossa “Salada Mystica” no “Jardim da Infância Zen” #mito

*** Na mitologia grega entre as características da sua personalidade, Eros, ficou conhecido como deus guerreiro, que não consegue controlar seus impulsos e sua raiva.

Além da Filosofia, Eros também é citado na Psicologia em um sentido muito mais amplo, quase que equivalente à “Energia da Vida”.

Na psicologia freudiana, Eros representa nossa força vital, a vontade de viver. É o desejo de criar vida e favorecer a produtividade e a construção.

Com todo esse simbolismo o que podemos aprender? A dualidade, o que fazer com as nossas emoções estão “afloradas”?

A sabedoria é aprender o que fazer com os momentos de emoções tão contraditórias. Experimente a vida em todas as formas possíveis bom-mau, amargo-doce, claro-escuro, verão-inverno. Experimente todas as dualidades. Não tenha medo da experiência, porque mais experiências que você tem, mais maduro você se torna. Aprender voltar para o meu eixo com sabedoria e de forma mais rápida.

Com a maturidade emocional não tenho necessidade de culpar ou julgar ninguém pelo que acontece. Na calma presto atenção e, em harmonia com a situação, aceito a realidade e as coisas como elas são, e não como eu gostaria que fossem.

Depois de reconhecer, entender, acolher e aceitar as dualidades encontramos o EQUILÍBRIO.

A sabedoria é aprender o que fazer com os momentos de emoções tão contraditórias. Experimente a vida em todas as formas possíveis bom-mau, amargo-doce, claro-escuro, verão-inverno. Experimente todas as dualidades. Não tenha medo da experiência, porque mais experiências que você tem, mais maduro você se torna.

Quando faço isso escolho como reagir diante as adversidades, assumo responsabilidades, me conecto com a ressonância do universo e coloco a minha tão desejável equanimidade em prática.

Maturidade emocional é manter o silêncio até que possamos falar com sabedoria, respeito e amor. Cabe a cada um de nós manter o equilíbrio das relações.

Se você não puder falar com respeito e amorespere até que possa.” — Amma

Sabedoria é ser capaz de transformar conhecimento em respostas às circunstâncias da vida dignas de um ser humano. “Pelas vossas obras, vos conhecerei!”

Reflexão: O Labirinto – O Mito do Labirinto – Nossa mente é um labirinto onde podemos nos perder “na viagem” dos pensamentos incertos. Podemos nos perder, e recalcular a rota para nos encontrar.

E você o que escolhe fazer com o que “fizeram com com você”? Me conte aqui nos comentários.

Quem é Ganesha nessa “Salada Mística toda”? Mais um simbolismo na tradição. E porque citamos ele aqui?

***Ganesha, o poderoso Deus da sabedoria e da fortuna! Conhecido como “Destruidor de Obstáculos”, Ganesha é o símbolo máximo do intelecto, da consciência lógica e da fortuna, por isso é representado pelo deus da sabedoria.

A história desse deus e suas representações e significados simbólicos é fascinante. Gostaria de saber mais?

Nos momentos desafiadores podemos escolher como agir, reagir e assumir a responsabilidade das nossas escolhas e consequências. A sabedoria pode nos ajudar!

Quando faço isso escolho como reagir diante as adversidades, assumo responsabilidades, me conecto com a ressonância do universo e coloco a minha tão desejável equanimidade em prática.

O Labirinto – O Mito do Labirinto – O que o labirinto de Chartres tem em comum com a meditação?

Saiba como meditar no Labirinto aqui:

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Caos e Rigidez

Caos e Rigidez

Como você navega nas águas entre o caos e a rigidez

As crianças te vêem, mas do que te ouvem. 

Nossos filhos vão seguir os nossos exemplos e não os nossos conselhos. As crianças vão aprender muito mais com as nossas atitudes, do que com as nossas palavras. 

Em primeiro lugar, desde pequenos aprendemos diariamente milhares de ensinamentos. Como resultado, quanto menor a criança, mais lições são transmitidas pelos exemplos dos adultos. 

As crianças são como esponjas. Absorvem tudo o que fazemos, tudo o que dizemos. Aprendem conosco o tempo todo, mesmo quando não nos damos conta de que estamos ensinando.

Nosso exemplo é o que vai contar, eles vão aprender muito mais pelo que somos e não somente pelo que falamos.  

Nossos valores são transmitidos de uma geração a outra através de nosso comportamento. 

Os nossos filhos presenciam e absorvem a maneira como vivemos no dia a dia e o que aprendem será um modelo para eles durante toda a vida.

As crianças são esponjas e agem como espelhos. Quando estamos educando com sabedoria nossos pequenos seguem através do nosso exemplo.

As crianças sentem a coerência, cobram pela nossa coerência para ganhar confiança na construção e integração da Educação Emocional. No entanto, elas percebem os ruídos da nossa incoerência e se sentem confusas porque aprendem com o que estão sentindo de nós. 

Nós adultos não temos alcance da dimensão da intuição infantil, as crianças são muito intuitivas. Se elas sentem a coerência será a base da construção e da integração emocional. Com isso, fortalecemos a autoestima, autoconfiança e autonomia das crianças diante os desafios da vida cotidiana.

Quando ensinamos o que vivemos nós integramos o que falamos com harmonia. Além disso, essa “segurança” será uma das bases para formação da identidade da criança que está em formação e construção.

A egregora familiar é muito importante para a construção da Educação Emocional das Crianças.

Uma pessoa é bem integrada quando desfruta de saúde mental e bem-estar. Teoricamente o conceito de integração envolve uma compreensão da dinâmica em torno dos relacionamentos que vivemos.

Uma maneira simples de expressar a saúde mental é: nossa capacidade de nos mantermos em “um rio de bem estar.”

Traduzindo em palavras práticas, não é sobre nunca sair do nosso eixo e sim como voltar para o nosso centro de forma mais concisa, equilibrada e com equanimidade.

Confesso que é uma tarefa nada fácil, é um desafio diário para este amadurecimento pessoal.  

Vou usar uma analogia para ajudar na construção do pensamento e na nossa compreensão. 

“Imagine um rio calmo correndo pelo campo. Este é o seu rio do bem-estar. Quando você está com sua canoa e desliza suavemente na água, geralmente sente que tem um bom relacionamento com o mundo ao seu redor. Você tem uma compreensão clara de si mesmo, das outras pessoas e de sua vida. Com isso, pode ser flexível e se adaptar a situações de mudança. Assim, encontraremos o bem-estar e podemos nos manter estável e em paz . 

Como navegar entre as águas das margens do Caos e Rigidez – Imagem do Livro The Whole Brain Child

Às vezes, no entanto, conforme você se move, você chega muito perto de qualquer um dos lados do rio. Isso pode causar vários problemas, dependendo do banco que você abordar.

Uma Margem representa o Caos

Uma margem representa o caos, onde você se sente fora de controle . Em vez de navegar no rio pacífico, você é apanhado por correntezas rápidas e tumultuadas, e seu destino é dominado por confusão, desordem e tumulto.

Você precisa se afastar da margem do caos e retornar ao fluxo suave e calmo do rio. Mas não vá muito longe, não se afaste demais, porque o outro lado da margem apresenta seus perigos.

A outra margem representa a Rigidez

É a margem da rigidez , que é o oposto do caos. Ao contrário de estar fora de controle, a rigidez é quando você impõe controle sobre tudo e todos ao seu redor . Você fica completamente relutante em se adaptar, se comprometer ou negociar. Perto da margem da rigidez, a água está estagnada e os juncos e galhos de árvores impedem que sua canoa se mova.

Portanto, um extremo é o caos , onde há uma total falta de controle. O outro extremo é a rigidez, onde há muito, levando a uma falta de flexibilidade e adaptabilidade. 

Onde estamos navegando – No Caos ou na Rigidez – Ou no “Rio do Bem-Estar”

Todos navegamos rumo a essas margens e voltamos delas ao longo de nossos dias. Nós ziguezagueamos entre essas duas margens ao longo de nossos dias, especialmente quando tentamos sobreviver como pais. Quando estamos mais próximos das margens do caos ou da rigidez, estamos mais longe da saúde mental e emocional.

Quanto mais tempo pudermos evitar as duas margens, mais tempo passaremos curtindo o “Rio do Bem-Estar”. Grande parte de nossa vida adulta pode ser vista como se movendo por esses caminhos. Às vezes na harmonia do fluxo do bem-estar, mas às vezes no caos, na rigidez ou em ziguezague para frente e para trás entre os dois. A harmonia surge da integração. O caos e a rigidez surgem quando a integração falha e é bloqueada.”

A família ao longo do rio – Como navegar entre o Caos e a Rigidez

Até as crianças têm suas pequenas canoas e navegam em seus próprios rios de bem-estar.

Podemos ver a família como uma linha que pode se influenciar mutuamente “na navegação.” Por exemplo, vamos imaginar a mãe liderando o caminho, enquanto o pai na parte inferior observa e protege todos os outros. Ou vice-versa (é somente um exemplo, não leve em conta os gêneros).

Podemos dizer que se a mãe conseguir ficar nas águas calmas do meio do rio, ajudará os mais pequenos a fazer o mesmo . Na verdade, será muito fácil para eles seguirem seu rastro. Mas quando ela se aproxima de uma das duas margens, até as pequenas canoas provavelmente serão sobrecarregadas pelas corredeiras. Ou preso nos juncos. Isso ocorre porque eles são muito mais leves e fáceis de influenciar .

Mas, mesmo quando a família está equilibrada, acontecerá que os mais pequenos serão muitas e muitas vezes atraídos a explorar. Eles estão apenas aprendendo e são movidos pelo instinto de explorar o ambiente, acabando por se desviar do curso. 

O que fazer então? Distinguir entre rigidez e caos!

De que lado seu filho está se aproximando? 

Exemplo: Seu filho de 3 anos insiste em não compartilhar o jogo dela? Rigidez . Ele se joga no chão em desespero, grita e joga punhados de areia quando o amigo entra no jogo? Caos .

Como adulto ajude a criança a voltar para o leito do rio, em um estado harmonioso que evita tanto a desordem quanto a rigidez.

Você ficará surpreso ao ver como a matriz rigidez versus caos o ajudará a entender os comportamentos mais incontroláveis ​​de seu filho: esses conceitos o ajudarão a entender a situação. Com isso, entender com empatia a necessidade do momento da criança.

Se você vir caos ou rigidez, sabe que a mente dele não está integrada naquele momento. Caso contrário, quando ele está em um estado de integração, ele mostrará as qualidades de uma pessoa que associamos a alguém que é mental e emocionalmente saudável: flexível, capaz de se adaptar, estável e capaz de compreender a si mesmo e ao mundo ao seu redor.

O mesmo vale para crianças mais velhas.

O mesmo vale para crianças mais velhas. Exemplo: Sua filha de 10 anos, normalmente tranquila, está chorando histericamente porque não ganhou o trecho musical com solo que queria na peça da escola. Ela se recusa a se aclamar e fica dizendo sem parar que tem a melhor voz da turma.

Na verdade, ela está zangada e está aprendendo a lidar com as emoções. Ainda está entre as margens das emoções “Caos e Rigidez” e as suas emoções claramente tomaram conta da sua lógica.

Como resultado disso, teimosamente, não quer reconhecer que a outra criança pode ser tão talentosa como ela.

Como guiar as crianças de volta ao fluxo

Nós podemos guiar as crianças de volta ao fluxo do bem-estar para que ela obtenha um melhor equilíbrio consigo mesma e passe a um estado mais integrado.

Da mesma forma, os conceitos de caos e rigidez se aplicam aos adultos: portanto, podem ser úteis em todas as ocasiões da vida: com um estranho, com um colega de trabalho, com um amigo, com um membro da família, etc …

A harmonia entre as margens do caos e da rigidez emerge da integração. Caos e rigidez surgem quando a integração é bloqueada.

Quando nossos filhos encontram um estado de integração, demonstram qualidades que associamos a alguém mental e emocionalmente saudável. A criança vai crescer aprendendo a ser mais flexível, adaptável, resiliente, estável e capaz de compreender a si mesmo e ao mundo ao redor.

A poderosa e pratica abordagem da integração nos permite enxergar muitas formas nas quais nossos filhos – ou nós mesmos – vivenciamos “o caos e a rigidez” devido ao bloqueio da integração.

Quando nos conscientizamos disso, podemos criar e aplicar estratégias que promovam a integração na vida de nossos filhos e nas nossas. São estratégias cotidianas que nos ajudarão ao longo de nossa vida.

Em conclusão, vamos preparar o caminho para que nossos filhos vejam o mundo sob sua melhor luz, para que o considerem – e contribuam para fazer dele – um bom lugar para se viver.

“A energia flui para onde está a atenção. A atenção é nosso recurso cognitivo mais básico. É a partir dela que a mente monitora o fluxo de informações e é capaz de alterar a estrutura do cérebro. Os estados de caos ou rigidez seriam resultado de uma desintegração que impede a informação de fluir apropriadamente pelos circuitos e entre as pessoas​.”**

As crianças naturalmente são nossos mestres e já nascem com a pureza divina, nossa missão é contribuir com a continuidade de hábitos que ajudem na lapidação desses diamantes que são nossos pequenos seres de luz.

Reflexão: Você vive o que ensina, se esforça em vivenciar o que diz. Tem animo e entusiasmo para se aperfeiçoar. 

Felicidade e estado de presença, é quando o que você pensa, o que você diz, o que você é e o que você estão em harmonia.

Método Infância Zen

Conheça nosso Método Infância Zen que Capacita Mães, Pais e Educadores na Construção da Educação Emocional das Crianças gerando autonomia para às crianças crescerem seguras e felizes.

https://infanciazen.com.br/crianca-medita/

Nós acreditamos que podemos transformar o mundo através das crianças, que são seres de luz em constante evolução. Seja você a mudança que quer ver no mundo

Fontes consultadas: 

*Daniel Siegel, autor de The Whole Brain Child , usa essa bela metáfora para nos falar sobre o bem-estar emocional e o equilíbrio. Você ficará surpreso ao ver como a matriz rigidez versus caos o ajudará a compreender os comportamentos mais incontroláveis ​​de seu filho. https://drdansiegel.com/

**Michele Müller – Pesquisadora, escritora, especialista em neurociência clínica, neuropsicologia educacional e mestre em ciências da educação.

#inteligênciaemocional #educaçãoemocional #saúdemental #bemestar #neurociência #caos #rigidez #chaos #rigidity 

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!



Pequena Alma e o Sol - Conto de Neale Donald Walsch - Fabula Pequena

A Pequena Alma e o Sol

A Pequena Alma e o Sol – Se a Pequena Alma queria conhecer a Luz, também teria de conhecer a Escuridão.

  • Hoje é dia de CONTO, uma experiência maravilhosa com as crianças! – “Quem conta um conto, aumenta um ponto.”

No universo infantil, a utilização das histórias, contos e fábulas costuma encantar as crianças. Por isso, eu sempre recomendo as histórias para trabalhar a diversidade entre as famílias.

A importância de se contar histórias está no enriquecimento das experiências infantis, através do desenvolvimento de diversas formas de linguagem, o que auxilia na formação do caráter, da confiança e do poder imaginário da criança. Além disso, histórias estimulam funções cognitivas essenciais para o desenvolvimento do pensamento. A criança se ampara nas vivências dos personagens para absorver suas próprias vivências, aprendendo meios de lidar com seus problemas e dificuldades do dia-a-dia.

Nome da história: A Pequena Alma e o Sol

Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus:

— Eu sei quem sou!

E Deus disse:

— Que bom! Quem és tu?

E a Pequena Alma gritou:

— Eu sou Luz

E Deus sorriu.

— É isso mesmo!  — exclamou Deus. — Tu és Luz!

A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.

— Uauu, isto é mesmo bom! — disse a Pequena Alma.

Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava. A pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. Então foi ter com Deus (o que não é má ideia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É) e disse:

— Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?

E Deus disse:

— Quer dizer que queres ser Quem já És?

— Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! — respondeu a pequena Alma.

— Mas tu já és Luz — repetiu Deus, sorrindo outra vez.

— Sim, mas quero senti-lo! — gritou a Pequena Alma.

— Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira — disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou.

— Há só uma coisa…

O quê? — perguntou a Pequena Alma.

— Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.

— Hã? — disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.

— Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões, zilhões de outras velas que constituem o Sol.

E o Sol não seria o Sol sem vocês. “Não seria um sol sem uma das suas velas… e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz — eis a questão”.

— Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! — disse a Pequena Alma mais animada.

Deus sorriu novamente.

— Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão — disse Deus.

— O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.

— É aquilo que tu não és — replicou Deus.

— Eu vou ter medo do escuro? — choramingou a Pequena Alma.

— Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos a inventar tudo. Estamos a fingir.

— Ah! — disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.

Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.

— É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é — disse Deus — Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, — continuou Deus — quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão.

Fabula Pequena
(…) Se a Pequena Alma queria conhecer a Luz, também teria de conhecer a Escuridão. De que outra forma se pode conhecer o alto sem o baixo, o quente sem o frio, o rápido sem o lento? Então a pequena Alma compreendeu que para saber quem realmente é, teria que conhecer o oposto.(…)”

“Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!”

— Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? — perguntou a Pequena Alma.

— Claro! — Deus riu-se. — Claro que podes! Mas lembra-te de que “especial” não quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!

— Uau — disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. — Posso ser tão especial quanto quiser!

— Sim, e podes começar agora mesmo — disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma — Que parte de especial é que queres ser?

— Que parte de especial? — repetiu a Pequena Alma. — Não estou a perceber.

— Bem, — explicou Deus — ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?

A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.

— Conheço imensas maneiras de ser especial! — exclamou a Pequena Alma — É especial ser prestável. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.

— Sim! — concordou Deus — E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.

— Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! — proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. — Quero ser a parte de especial chamada “perdão”. Não é ser especial alguém que perdoa?

— Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.

— Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim — disse a Pequena Alma.

— Bom, mas há uma coisa que devias saber — disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação.

— O que é? — suspirou a Pequena Alma. — Não há ninguém a quem perdoar.

— Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.

— Ninguém! — repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.

Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados — de todo o Reino — porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava a ter uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam a dizer.

Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.

— Então, perdoar quem? — perguntou Deus.

— Bem, isto não vai ter piada nenhuma! — resmungou a Pequena Alma — Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial.

E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.

Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:

— Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te — disse a Alma Amiga.

— Vais? — a Pequena Alma animou-se. — Mas o que é que tu podes fazer?

— Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!

— Podes?

— Claro! — disse a Alma Amiga alegremente. — Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.

— Mas porquê? Porque é que farias isso? — perguntou a Pequena Alma. — Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?

— É simples — disse a Alma Amiga. — Faço-o porque te amo.

A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.

— Não fiques tão espantada — disse a Alma Amiga — tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançámos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançámos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincámos juntas através de todo o tempo e em muitos sítios. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau — fomos ambas a vítima e o vilão. Encontrámo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.

Fabula Pequena
A Pequena alma e o sol – Fabula Pequena

— E assim, — a Alma Amiga explicou mais um bocadinho — eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má” desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.

— Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? — perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.

— Oh, havemos de pensar nalguma coisa — respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.

Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, disse numa voz mais calma:

— Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?

— Sobre o quê? — perguntou a Pequena Alma.

— Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.

— Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! — exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: — Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!

Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.

— O que é? — perguntou a Pequena Alma. — O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!

— Claro que esta Alma Amiga é um anjo! — interrompeu Deus, — são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.

E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.

— O que é que posso fazer por ti? — perguntou novamente a Pequena Alma.

— No momento em que eu te atacar e atingir, — respondeu a Alma Amiga — no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento…

— Sim? — interrompeu a Pequena Alma

— Sim? A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.

— Lembra-te de Quem Realmente Sou.

— Oh, não me hei-de esquecer! — gritou a Pequena Alma — Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.

— Que bom, — disse a Alma Amiga — porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que eu própria me vou esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar às duas Quem Somos.

— Não vamos, não! — prometeu outra vez a Pequena Alma. — Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva — a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão.

E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.

E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza — principalmente se trouxesse tristeza — a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito.

Lembra-te sempre, — Deus aqui tinha sorrido — não te enviei senão anjos.

Fonte: Trechos da parábola “A Pequena Alma e o Sol” de Neale Donald Walsch da Triologia Conversas com Deus – Livro “A Pequena Alma e o Sol” – Neale Donald Walsch

A história de hoje entrou por uma porta e saiu pela outra; e quem souber, que conte outra”.

  • Medite sobre essa história e escreva o que ela te tocou. Conheça nosso “Programa Criança Medita” para aprender “Como Ensinar Yoga e Meditação para Crianças”.
  • Você poderá consultar todos os detalhes através deste link https://infanciazen.com.br/crianca-medita/

A Pequena Alma e o Sol - Fabula Pequena
A Pequena Alma e o Sol

Qualquer dúvida ou caso precise de ajudar para realizar a transação estamos aqui para te ajudar! Escreva no chat ou envie um e-mail para camila@infanciazen.com.br

Abraços fraternos para ti,

Camila Fernandes e Equipe de Suporte Infância Zen

Referências pesquisadas:

Trechos da parábola “A Pequena Alma e o Sol” de Neale Donald Walsch da Triologia Conversas com Deus

Livro “A Pequena Alma e o Sol” – Neale Donald Walsch

Compartilhe! Nos ajude a espalhar a mensagem por aí!